Alguém veio falar comigo dizendo:
_"Fiz uma brincadeira com uma pessoa muito querida mas ela se sentiu ofendida e humilhada agora não quer mais minha amizade" E estou sofrendo por isso.
A estrada que separa a brincadeira da inconveniência é tênue e cheia de curvas perigosas.
Há sempre um limite para tudo .
Mas esse 'limite' varia de pessoa pra pessoa.
Então é preciso ter censo e sabedoria.
Toda brincadeira que leva ao desrespeito
perde o sentido .
Quem nunca levou uma bronca ou até apanhou por passar um trote via telefone ou tentar enganar alguém com canetas explosivas, balas que sujam a língua ou almofadas que emitem sons semelhantes aos bufos?
Quem é vítima de uma brincadeira como essa fica no mínimo constrangido.
O cinema nos tem mostrado que algumas reações podem não ser engraçadas, sendo que alguns humilhados podem até se vingar cruelmente.
É o caso da jovem Carrie, que depois de tomar um banho de sangue de porco na festa de formatura, gerou uma chuva de sangue e gritos desesperados.
Outro caso assustador aconteceu com Andi Garett e Sarah Lane, quando suas personagens discaram um número e disseram a frase título do filme:
Eu Vi O Que Você Fez e Eu Sei Quem Você É.
Para o azar das jovens e terror dos telespectadores, o telefonema foi atendido por um assassino psicótico (John Ireland) que não gostou nem um pouco da brincadeira.
Brincar faz parte da vida e eleva a alma.
- A graça, o bom humor, a jovialidade e leveza no falar e no agir, que tornam o convívio humano descontraído, acolhedor, divertido e agradável (ainda que possam se incluir nesse conceito de brincar também as brincadeiras formalmente estabelecidas como tais).
- virtude da convivência, do relacionamento humano.
OBserve:
"Após estabelecer a necessidade do brincar, o Aquinate indica três precauções a tomar nessa matéria:
1. Evitar brincadeiras que envolvam agir ou falar torpe ou nocivo.
2. Não se deixar envolver tão desenfreadamente pelo brincar a ponto de perder a gravidade da alma. E aplica ao adulto o mesmo critério do brincar que se impõe às crianças: "não permitimos às crianças toda espécie de brincadeiras, mas só as que não sejam moralmente más".
3. Cuidar de que sejam adequados o momento ("brincadeira tem hora!"), o lugar ("Aqui não é lugar de brincadeira!") e as pessoas envolvidas.
Feitas essas considerações, Tomás conclui: "Vê-se pois que as brincadeiras devem ser ordenadas pela regra da razão (e razão, no caso, significa: conhecimento objetivo do ser). E o hábito que opera segundo a razão é a virtude moral. Há portanto uma virtude do brincar que é o que Aristóteles chama de eutrapelia".
1. Evitar brincadeiras que envolvam agir ou falar torpe ou nocivo.
2. Não se deixar envolver tão desenfreadamente pelo brincar a ponto de perder a gravidade da alma. E aplica ao adulto o mesmo critério do brincar que se impõe às crianças: "não permitimos às crianças toda espécie de brincadeiras, mas só as que não sejam moralmente más".
3. Cuidar de que sejam adequados o momento ("brincadeira tem hora!"), o lugar ("Aqui não é lugar de brincadeira!") e as pessoas envolvidas.
Feitas essas considerações, Tomás conclui: "Vê-se pois que as brincadeiras devem ser ordenadas pela regra da razão (e razão, no caso, significa: conhecimento objetivo do ser). E o hábito que opera segundo a razão é a virtude moral. Há portanto uma virtude do brincar que é o que Aristóteles chama de eutrapelia".